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Adeus saudacao by Heteronimo, literature

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Adeus saudacao

Embriagado de sobriedade Abro os olhos fechados Para a realidade ilusória Fecho os olhos abertos Para ilusão real Alegre tristeza que me viu ser deposto nos meus passos que fazem chiar o soalho mudo Sou apenas Uma passagem estática nos meus passos inertes que fazem chiar o soalho mudo Vivo a morte da morte viva Expulsado do Olimpo expulso da minha etimologia expulso da minha genealogia expulso de mim Estou cheio de nada Com aquela porta entreaberta que não deixa passar o meu respirar Saudo a dor das descontroladas palmas Ao verem a peça da minha vida Solicitado um bis Riu tristemente da

Bailar Parado by Heteronimo, literature

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Bailar Parado

Na plenitude de mim Sinto me vazio Observo as folhas a bailar paradas Esta etimologia de mim não tem raiz Descubro-me no bailar das folhas paradas O dialogo que me apresentam é narrativo de um monologo Observo os olhares cruzados Onde vejo o reflexo da dança enguiçada das folhas O vento Aquele divino diabólico Cessa a dança parada O meu olhar enaltece de tristeza O pequeno expandiu O grande regrediu E eu acordei para o real imperativo

Parapeito da Aurora by Heteronimo, literature

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Parapeito da Aurora

Sento-me no parapeito Vejo o eós , a aurora Mas no meu casulo Esta aurora não passa dum sonho latente Esta experiência de tornar-me consciente Enquanto estou consciente da experiência Esta busca da matriz no obscuro brilhante No natural passo mecanizado Balanço com os pés no parapeito da janela acto de contentamento do final metamórfico E este léxico de palavras importantes no balançar dos meus pés ao parapeito do casulo Esta autopsicografia Que tu contas A partir de fora do interior Estou sentado no parapeito mas a janela fechou-se

Eu Rossini by Heteronimo, literature

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Eu Rossini

Estou na plateia enquanto entoam Entoam o barbeiro entoam o arqueiro Levanto me em rejubilo E abro a minha alma Abro-a ao som de batidas voluptuosas das minhas mãos Este eclipse genial Fico com um fastio musical estou na plateia Na plateia de uma mesa Esta refeição foi feita pelo arqueiro Servida pelo barbeiro e aplaudida por Otello Nesta refeição ouvi uma opera Ouvi aplausos Ouvi bravos e bis Esta refeição é musica

Infinitesimo de mim by Heteronimo, literature

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Infinitesimo de mim

Aqui estou eu Amarrado ao que não tenho Preso num tempo perdido que o achei no amarrado espaço fechado Ergo o meu queixo de beatudidade e baixo os meus braços de acção Largo o peso saudoso que achei no amarrado espaço fechado Vejo aquele severo Severo ópio de vontade fraca Daquela décadence humana Mas continuo Continuo com aquele triste mar Mar de inteligibilidades inatingíveis Fraquejo perante tal concepção Fraquejo perante o subordinado Fraquejo perante este tempo Sou o medieval deste fraquejo O demónio Antes consciência minha Cai o anjo E passa para

Sou Postumo by Heteronimo, literature

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Sou Postumo

Sou póstumo Famoso ou infame o meu rebanho traduz esse adjectivo Sou um póstumo sublime Projecto-me para fora do caos Caos inevitável e sinto uma apoteose de sentimentos Oiço sons de uma batalha Procuro de onde vem esse eco Sinto perseguir o fim de um arco-íris De onde vem este eco batalhado? Cheguei ao horizonte E o eco já não se propaga o som agora era definido Escutei uma vez mais Esse som vinha de mim Porque é o som de mim ecoa? Eu sou póstumo Mas os meu conflitos ecoam nas palavras Da minha batalha interior

Escuro Garrido by Heteronimo, literature

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Escuro Garrido

Hoje carrego um novo fardo Hoje disponho de outro peso Peso intermitente desta minha figura bipolar Quero gritar e sou mudo Quero chorar mas estou morto Neste escuro garrido Vejo o meu sangue de mescalina O niilismo isola-me Estou isolado Neste escuro garrido Neste caminho de um sentido Esta angustia de voar Nos meus sonhos Esta angustia de quando acordo Acordei O peso agora é continuo Habito a vacuidade de mim Habito a miséria do real Já não voo nos sonhos Despenhei-me no nirvana da solidão Saúdo o que sonhei e mato o futuro Este peso fez-me despenhar Pegam na minha mão e estou

Pleonasmo redundante by Heteronimo, literature

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Pleonasmo redundante

Escrevo em redundâncias Esta dupla premissa em que finalmente me percebem Escrevo em redundância para reforçar a percepção de que não confio Vivo neste pleonasmo Que enfeitiza o vulgar Que alegra o que não compreende Que faz com que me sinta sozinho Tinha os pés no chão e o chão nos pés Quem me tira os pés do chão Não me tira o chão dos pés Que pare este pleonasmo sem senso Basta esta corrupção linguística Que pare a redundância Eu quero ter os pés no chão Mas eu preciso Necessito dessa redundância Sen

Adulterio Sentimental by Heteronimo, literature

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Adulterio Sentimental

Estou em decadência Tenho uma panóplia de palavras que nada me dizem Tenho uma panóplia de emoções que querem dizer tudo Neste quarto O barulho do vulgar O passo do mesquinho A luz que alonga E não chega Neste quarto Tenho palavras e emoções Um paradoxo transcendental Que me absorve numa deriva guiada Deriva de palavras guiada pelas emoções Neste quarto não oiço os meus passos Enquanto caminho Apenas os passos do bater de coração Ofegantes passos do pensar Como um trovador escolhe uma mulher inatingível Eu escolho as minhas palavras Neste qu

Caos saudoso by Heteronimo, literature

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Caos saudoso

Diante do horizonte Estou Tenho uma recordação Em forma de fotografia Na mão Enquanto a brisa gélida Por mim passa Abro a mão Quero soltar a recordação A brisa trás a rés Outrora algo com significado Sofre a metamorfose linguística E sai do casulo a significar nada Será metamorfose linguística? Será a metamorfose do meu cuidado saudoso? Mas eu ainda continuo no casulo Solto a palavra muda Sentida palavra do meu passado O meu elo com o real Agora apenas um elo com a espera vigilante Estou diante do horizonte E o horizonte diante de mim Sinto a minha finitud

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Adeus saudacao by Heteronimo, literature

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Adeus saudacao

Bailar Parado by Heteronimo, literature

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Infinitesimo de mim by Heteronimo, literature

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Pleonasmo redundante by Heteronimo, literature

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Adulterio Sentimental by Heteronimo, literature

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Caos saudoso by Heteronimo, literature

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Caos saudoso

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Porta do meu quarto by sara-si, literature

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Porta do meu quarto

Espreito Pela porta entreaberta Não vejo nada Para além de uma aranha Está ela no canto inferior esquerdo Desta porta Do outro lado Vejo vento Vento que sopra dentro do meu quarto E empurra a aranha Enquanto ela o empurra Reboliço entre eles Força de dois seres tão diferentes Lutam entre eles Em troca de nada nem nenhures Têm eles os dois direito ao espaço desta porta [no meu quarto]. Mas continuam a lutar Pelo espaço que não lhes pertence Força de vento Contra força de aranha Estranha luta E porque escolhem apenas A porta do meu quarto?

Psyche by sara-si, literature

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Psyche

Tenho uma borboleta Psyché da minha alma Dentro de mim está Viverá para sempre Metamorfose Que não será mais que uma meta Onde o casulo morre E a vida nova se liberta Abre as asas Voa pobre criatura Que de pobre não o és Quando o casulo apazigua Alma quem te chama? E quem sabe o que significas? Discurso da minha alma Metamorfose Borboleta Com cores apagadas Sai do casulo E pinta-te de saudade

Plenitude de Sentimentos by sara-si, literature

Longe de mim by sara-si, literature

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Longe de mim

Está escuro Nada vejo senão uma porta Inquieto-me Aqui estou a salvo Mas estou sozinha Vou abrir a porta? Não sei se daquilo quero Mas isto também não sou eu Sozinha sentei-me Sentada Sinto o chão molhado É água Estou numa margem Mas está escuro Quero tomar uma decisão Agora tenho frio Está escuro E eu estou sozinha A porta continua ao fundo Será que a vou abrir? Levanto-me Não porque tenho coragem Sou fraca Não consigo decidir Mas estou molhada Corro Estou agora à porta Mas não a abro Tenho medo Está escuro Abri a porta Uma fo

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Caos saudoso by Heteronimo, literature

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Caos saudoso

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Feb 19, 2010

Aqui

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Aqui se diz o absurdo , aqui se instala o absoluto , o que digo é mentira porque absurdo é o absoluto. Não quero interpretes nao quero tradutores nao quero criticos nem pseudo visionarios quero que leiam e vivam o que escrevo. _________________________________ Ici, il dit l'absurde, est d'installer ici tout ce que je dis est un mensonge parce qu'il est un non-sens absolu. Je ne veux pas ne veulent pas d'interprètes traducteurs ne veux pas visionnaires critique ou pseudo envie de lire et de vivre ce que j'écris. ________________________________ Qui si dice: l'assurdo, qui è l'installazione di tutti quello ch